Última atualização em 04/10/2021, 15h17min por A Trombeta
Desde fevereiro deste ano está funcionando oficialmente em Fernando Prestes, a Associação Casa Lar Brendha Maria que atende crianças e adolescentes com deficiências intelectuais e múltiplas.
Segundo Marcela Giuliani, fundadora da entidade e atual gestora, a casa lar atende hoje 15 crianças e adolescentes oferecendo fisioterapia individual, psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia, educação física, terapia ocupacional (construção de órteses), artes e ainda os projetos Melhor Qualidade de Vida, Horta e Fazendo Arte.
O Projeto Melhor Qualidade de Vida tem por finalidade proporcionar aos participantes hábitos saudáveis e exercícios de acordo com a necessidade de cada um. No Projeto Horta as crianças preparam a terra, plantam, cuidam e quando colhem levam o alimento para casa e comem com a família. O Fazendo Arte desenvolve habilidades específicas para cada criança e adolescente. “Em todas as atividades há um profissional envolvido que acompanha o passo a passo” disse Marcela.
Também foi feito um acordo com a Clínica de Hidroterapia e Fisioterapia sob a responsabilidade da Dra. Dayse Zaniboni que atenderá as crianças e adolescentes, tudo custeado pela Casa Lar Brendha Maria.
A atual presidenta da Associação Casa Lar Brendha Maria é Maria Lucia Sartório. O jornalismo A Trombeta falou com ela sobre o desafio em presidir a entidade fundada por Marcela Giuliani. “Confesso que ao ser convidada para fazer parte da diretoria fiquei um pouco assustada por falta de conhecimento do assunto, mas percebi, que nós como sociedade precisamos nos envolver e proporcionar condições para bem atender essas crianças e adolescentes” disse Lucia. “Esses seres iluminados precisam de muito amor, carinho, afeto e condições para viverem melhor com seus familiares” concluiu a presidenta.
A vice-presidenta da entidade é Tais Monteiro. Ela é professora da Rede Municipal de Ensino de Cândido Rodrigues e tem conhecimento do projeto da implantação de um espaço com a finalidade de atender crianças e adolescentes com necessidades especiais desde o início. “Acompanho a luta da Marcela desde o principio quando a casa lar era apenas um projeto e que hoje virou realidade” comentou Tais. Como a presidente Lucia, a vice Tais também teve um pouco de medo. “Mas encarei o desafio e inclusive estou fazendo especialização em Educação Especial para entender mais sobre o assunto e poder ajudar” finalizou a vice-presidenta.
Marcela Giuliani, idealizadora e fundadora da Casa Lar Brendha Maria disse que a inspiração para criar uma entidade que atendesse crianças e adolescentes com deficiências intelectuais e múltiplas começou em 1997 quando foi mãe de Brenda Maria. “Minha filha nasceu com mielomeningocele (defeito da coluna vertebral e da medula espinhal, que acontece nas primeiras semanas de gestação e o canal da medula não se formam normalmente) e ficou presencialmente por apenas cinco dias com a gente, mas foi o bastante para me tocar profundamente” disse Marcela. Diante de buscas dos porquês Marcela disse que acabou entendendo que foi contemplada em viver com Brendha Maria e tomou por meta proporcionar ajuda a famílias que vivenciam a experiência em ter um ente com algum tipo de necessidade especial.
As mães
Mercis Santana e Marina Ueda, respectivamente mães da Maria Helena de 11 anos e Yuki 15 anos, que recebem atendimento na casa lar.
A mãe da pré adolescente Maria Helena, portadora da Síndrome de Cri Du Chat é Mercis Santana. Ela conta que até a instalação da casa lar cuidava sozinha de sua filha após sua viuvez, quando perdeu o esposo para a Covid-19 em junho de 2020. “Hoje minha filha recebe atendimento três vezes por semana e a evolução é visível, pois estava muita agitada ultimamente” falou Mercis. Ela disse também que outro ponto positivo da casa lar é que as mães podem acompanhar seus filhos e ainda receberem atendimento psicológico sem ter a necessidade de locomoção para outro município.
Marina Ueda, a mãe de Yuri, conta que antes de morar no distrito de Agulha, vivia no Japão e seu filho recebia atendimento naquele país. Com o retorno para o Brasil e enfrentando a pandemia da covid, Yuri que tem autismo grau leve, ficou sem ser atendido e já estava tendo algumas crises. “Topei na hora a proposta de Marcela na criação e implantação da casa lar, onde podemos cuidar de nossas crianças e adolescentes que possuem deficiências”, concluiu Marina.
A Casa Lar Brendha Maria funciona no Sitio Santo Antonio, localizado na Estrada Municipal Stelio Machado Loureiro (Estrada da Estação), km 1,02 e apesar de ser legalmente uma associação, a legislação que regulamenta o aporte de recursos públicos para entidades filantrópicas tem um prazo para entrar em vigor e portanto por enquanto sobrevivem com doações de pessoas, empresas e alguns eventos que realizam. A gestora Marcela convida as pessoas a conhecerem a sede da casa lar e acompanhar algumas atividades que os profissionais realizam com crianças e adolescentes que frequentam a entidade. Fone de contato (16) 9 97973459.