Última atualização em 04/02/2025, 20h46min por A Trombeta
Na madrugada desta sexta-feira (25), uma onça-parda adulta foi atropelada na rodovia Washington Luís (SP-310), na altura do km 348, sob o pontilhão de acesso às cidades de Agulha e Fernando Prestes. O acidente ocorreu durante o horário noturno, período em que esses felinos costumam se deslocar em busca de alimento.
O animal, uma fêmea, que pesava aproximadamente 40 quilos, foi encontrada pela equipe da concessionária Eco Noroeste, responsável pela manutenção da rodovia. Segundo Reginaldo Marini, funcionário da empresa, esta foi a primeira vez que ele precisou recolher e enterrar uma onça-parda.
“Embora seja o primeiro caso envolvendo uma onça que eu presencio, já houve relatos de meus colegas encontrando outros animais mortos na pista, como macacos, cachorros (domésticos e do mato), ouriços, bugios, bichos-preguiça, tamanduás-mirins, tamanduás-bandeiras e e muito frequente capivaras”, afirmou Marini.
Atropelamentos de animais silvestres em rodovias são comuns em regiões próximas a áreas de mata e representam uma ameaça significativa à fauna local. A concessionária reforça o apelo para que motoristas redobrem a atenção em trechos suscetíveis ao trânsito de animais, especialmente durante a noite e em áreas próximas a reservas ambientais.
Recentemente uma outra onça-parda foi atropelada na via de acesso SP-348 A, que liga Fernando Prestes ao distrito de Agulha a Rodovia Washington, na altura do quilômetro 7. Também era uma fêmea adulta.


Curiosidades sobre a onça-parda
A onça-parda, também conhecida como suçuarana ou puma, possui o nome científico Puma concolor. É um felino de grande porte, com comprimento variando de 1,5 a 2,75 metros e peso entre 22 e 70 kg. Sua pelagem é geralmente bege-rosada, mas pode apresentar tonalidades que vão do cinza ao marrom ou cor-de-ferrugem. Filhotes nascem com manchas escuras que desaparecem até o primeiro ano de vida.
Hábitos e Comportamento: A onça-parda é um animal de hábitos solitários e crepusculares, sendo mais ativa durante o amanhecer e o entardecer. É territorialista e estabelece áreas de vida que podem variar de 50 a 1.000 km², dependendo da disponibilidade de presas e do tipo de habitat.Dentro desse território, marca presença com urina e fezes para demarcar seu espaço.
Maturidade e Reprodução: A maturidade sexual das onças-pardas é atingida por volta dos 2 a 3 anos de idade. A reprodução pode ocorrer ao longo de todo o ano, e após um período de gestação de aproximadamente 90 dias, a fêmea dá à luz de um a seis filhotes, sendo mais comum de dois a quatro. Os filhotes permanecem com a mãe por até dois anos, período em que aprendem habilidades de caça e sobrevivência antes de se tornarem independentes.
Alimentação: A dieta da onça-parda é bastante diversificada e inclui desde pequenos roedores até grandes herbívoros. No Brasil, suas presas mais comuns são animais de pequeno e médio porte, como gambás, tatus, capivaras e veados .Em algumas regiões, podem atacar animais domésticos, como o gado, especialmente quando há escassez de presas naturais
Interação com Humanos: Ataques de onças-pardas a humanos são extremamente raros. Esses felinos tendem a evitar o contato humano e geralmente fogem diante da presença de pessoas. Os poucos registros de ataques ocorreram em situações onde o animal se sentiu acuado, estava defendendo seus filhotes ou uma presa recente. Especialistas recomendam que, ao avistar uma onça-parda, mantenha-se calmo, não se aproxime e dê espaço para que o animal possa se afastar.
Aumento de Ocorrências no Interior de São Paulo: aumento de avistamentos de onças-pardas em áreas urbanas e rurais do interior de São Paulo está relacionado principalmente à perda e fragmentação de habitats naturais devido ao desmatamento, expansão agrícola e urbanização. Essas alterações no ambiente reduzem a disponibilidade de presas e forçam os animais a se deslocarem por áreas mais amplas, muitas vezes próximas ou dentro de zonas habitadas por humanos, em busca de alimento e novos territórios.
É fundamental promover a conservação dos habitats naturais e implementar medidas de coexistência para garantir a sobrevivência da espécie e a segurança das comunidades humanas.
Imagem de capa: Reginaldo Marini
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