Um domingo pedalando pela Rota das Capelas

Um domingo pedalando pela Rota das Capelas

Última atualização em 16/03/2022, 4h51min por A Trombeta

As luzes das luminárias da rua Gustavo de Godoy em Monte Alto não irradiavam tanta energia quando o carro de apoio chegou defronte Hotel Vitória, onde estava hospedado o grupo que faria o pedal dominical, naquele dia 20/02, pela Rota das Capelas. A fraqueza das luzes, não era por falta de energia e nem por lâmpadas inadequadas a iluminação pública e sim pelo contraste com o crepúsculo matutino no alvorecer da Cidade do Sonho.

O grupo composto por 14 pessoas sendo a maioria de Fernandópolis-SP, naquele domingo pedalaria os 89 quilômetros na Rota das Capelas. Um trajeto com viés turismo religioso/rural, com possibilidade de contemplação e contato com a natureza pelas serras do município de Monte Alto. Todos estavam no refeitório tomando café e aqueles que tinham terminado montavam os lanches para o percurso. O relógio da Igreja Matriz de São Bom Jesus bateu seis pancadas: 6h.

Marcos, pela segunda vez no passeio, apressou a turma. Posaram para uma foto defronte a Igreja Matriz, o ponto zero da rota e saíram pedalando sentido norte. A próxima parada e também o primeiro respiro foi descendo para Anhumas, na Capela de Nossa Senhora do Carmo. Foi um tirinho o trajeto de 10,3km. Fotos, água e um banheiro foram as metas da primeira parada.

O próximo ponto de parada era na capela de Santa Luzia no bairro da Água Limpa, no entanto os bikes teriam de descer a serra e depois subir novamente e retomar a descida e ufa… mais 15,4km chegaram. Nesse trajeto uma subida muito íngreme e alguns bikes suaram em bicas. A Elaine teve náuseas e foi acudida pelo carro de apoio (gentilmente cedido por MK Bikes de Fernandópolis) e pelas “meninas” que estavam próximas. O Marcos e a esposa Vanda também chegaram acudindo. Todos restabelecidos.

Sem muito esforço o grupo chegou ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição Montesina em Aparecida de Monte Alto. A igreja pode ser vislumbrada de longe com uma vista maravilhosa. O local tem a melhor infraestrutura de toda a rota. Vários bares, mercado sem contar com a oferta de banheiros e bebedouros. Após muitas fotos defronte ao imponente templo o grupo continuou o pedal.

Um pouco antes de chegar ao próximo ponto na capela de Nossa Senhora do Bonsucesso, a Jéssica entendeu ser melhor interromper a rota e carregou sua bike no carro de apoio. Disse que em outubro passado fraturou a clavícula numa queda e voltou a pedalar no início de fevereiro. Só não parou antes para não ser zoada pelo esposo João que pedala forte. Junto com o Gilmar, Rodolfo e a Laysa faziam a dianteira e ditavam o ritmo do grupo.

A próxima parada, ou capela, foi a de Santa Luzia no Bairro Morrinho. Alí também desapegaram de suas bikes a Elaine que desde a subida na Água Limpa já demonstrava cansaço, o esposo Alessandro e também a Cristiane, esposa do Vilmar. Eram quatro que optaram  em vislumbrar as paisagens sob o prisma do carro de apoio. Do Morrinho até Tabarana na Capela de Nossa Senhora das Graças foi um pulinho. Grupo hidratado seguir em frente ao terço restante da rota e mais difícil, com várias subidas, inclusive o famigerado “Tonhão”. Isso mesmo Tonhão em alusão ao Bairro de Santo Antonio, em sua fase que antecede Ibitirama apresenta aclive acentuado (aliás, acentuadíssimo).

Antes, porém, o grupo teria de pedalar e contemplar campos e vales e Monte Alto que parecia estar tão perto. Ficaram para trás as capelas de Santa Beatriz (Cachoeira dos Castilhos), Santa Edwiges (Homem de Mello), São Marcos e Santo Antonio (Santo Antonio). Pouco antes de encarar o Tonhão, o Gleidson que pedalava forte junto com a esposa Alessandra no grupo da dianteira teve uma crise de câimbras. Ainda tentou, mas não foi possível continuar. Uma das sacadas para quem faz pedal ou mesmo caminhadas é saber qual seu limite e quando parar, se necessário para não machucar.

Pausa para fotos e zoeira no sopé do Tonhão. Vilmar, os namorados Rodolfo e Laysa além de Taynara e Gustavo prometiam subir o morro pedalando. Malandramente Alessandro, que já tinha parado de pedalar subiu a pé para flagrar quem empurrasse a bike. Ao final do tope todos que pedalavam chegaram sobre suas bicicletas é claro.

Com  a chegada do asfalto o repique até Ibitirama na capela de Nossa Senhora do Rosário foi rapidinho. O relógio apontava 15h quando o grupo chegou ao perímetro urbano de Monte Alto, no bairro Alvorada e sua igreja de Santo Agostinho, a última das capelas da rota. Um misto de felicidade, êxtase, missão cumprida, perseverança, religiosidade, autoconhecimento em meio aos selfies, fotos, cervejas (ninguém é de ferro), sucos e refrigerantes acalentou o grupo.

De volta ao hotel, no final da tarde o grupo partiu rumo ao noroeste paulista com a certeza de voltar um dia.

Por: José Saul Martins/Jornal A Trombeta

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