Última atualização em 05/05/2025, 5h40min por A Trombeta
Um forte vendaval causou destruição e resultou em uma morte na tarde desta sexta-feira, 25/4, na região rural de Botelho, no município de Santa Adélia. O fenômeno, que começou por volta das 16h e durou pouco mais de um minuto, avançou de oeste para leste deixando um rastro de prejuízos.
No Sítio Santa Sônia, em Botelho, o agricultor José Carlos Nisikava, de 65 anos, morreu após o desabamento de um galpão em que se encontrava. Equipes de paramédicos foram acionadas, mas Nisikava já havia falecido no local. Ele foi velado e sepultado no sábado, 26/4, em Santa Adélia. A propriedade é compartilhada por outros membros da família, incluindo seu irmão Arnaldo.
A força dos ventos também atingiu o distrito de Agulha, em Fernando Prestes. No Sítio Santo Antônio, do produtor Daniel Pan, uma varanda foi destelhada e diversas plantações foram arrancadas. O pedreiro Dener Carvalho, que trabalhava na propriedade no momento da tempestade, relatou o susto: “Achei que o vento fosse levar tudo embora. Até pé de mandioca com raiz e tudo arrancou”, descreveu.



O vendaval foi tão intenso que telhas do galpão destruído em Botelho foram lançadas a mais de 1,5 km, chegando até o Sítio Santo Antônio.
Outra propriedade afetada foi o Sítio São Sebastião, do agricultor Dozineti Santinon, de 60 anos, também em Agulha. Dois galpões da propriedade foram totalmente destruídos, atingindo veículos, implementos agrícolas e um trator que estavam no interior. Parte da casa também foi destelhada, mas, felizmente, não havia ninguém no local no momento do vendaval. Santinon lamentou de forma nostálgica os danos em um Ford Corcel que o acompanhava desde a juventude, mas agradeceu por ninguém ter se ferido. Ainda não há um levantamento oficial dos prejuízos.









Um detalhe curioso aconteceu na propriedade de Santinon, a parte de um galpão onde estava uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e uma face de Cristo não foi danificado nem destelhado.
Consultada pela reportagem, a meteorologista Cátia Braga, que também é consultora e perita, afirmou que o fenômeno foi muito localizado e pode ter sido causado por uma microexplosão atmosférica, conhecida como microburst. Trata-se de uma corrente de vento descendente extremamente forte que se desprende de uma nuvem de tempestade e atinge o solo com grande intensidade, capaz de causar destruição semelhante à de tornados, mas em uma área mais restrita.


Até o momento, não há informações oficiais sobre a velocidade dos ventos registrados.
Imagem de capa: imagem e cobertura intacta no Sitio São Sebastião em Agulha
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