Última atualização em 28/07/2021, 18h29min por A Trombeta
Segundo a Federação Internacional de Diabetes há no mundo cerca de 425 milhões de pessoas com diabetes e no Brasil esse número chega a 12,5 milhões. A diabetes é uma doença silenciosa e acomete as pessoas de muitas formas. Uma das maneiras de percepção da doença está intimamente ligada aos membros periféricos como pés e mãos e aí entram cuidados apropriados na higiene, limpeza e até estética.
A podóloga Alexandra Rosendo, a Leka Podóloga, especialista em pés diabéticos falou com exclusividade ao Jornal A Trombeta sobre o assunto através de uma web entrevista, que teve a colaboração da jornalista Márcia de Freitas Alves do site Teia Comunicação. Veja filme com a web entrevista.
Leka atua em Ribeirão Preto e além de atender em sua clínica, também é voluntária em entidades onde presta seus serviços na área da podologia à pessoas com necessidades especiais.
O que é um pé diabético
O pé diabético é uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes não controlado. Infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns, provocando o surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação.
Sintomas
Segundo o site da Sociedade Brasileira de Diabetes, onde estão expostas muitas informações e inclusive diretrizes para atendimento de pessoas com pés diabéticos, que são seguidas a risca por Leka, os sintomas variam conforme as origens das complicações.
– formigamento; perda da sensibilidade local; dores; queimação nos pés e nas pernas; sensação de agulhadas; dormência; além de fraqueza nas pernas. Tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa só se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma ferida ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido aos problemas de circulação.
Leka fala sobre um teste simples, que pode ser feito com algodão molhado nos pés do diabético e sem que ele veja deve responder em qual e quais partes dos pés estão sendo tocados.
Prevenção
– examinar os pés diariamente em um lugar bem iluminado. Quem não tiver condições de fazê-lo, precisa pedir a ajuda de alguém para verificar a existência de frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. Uma dica é usar um espelho para ter uma visão completa. Nas consultas, pedir ao médico que examine os pés e avisá-lo imediatamente sobre eventuais alterações;
– manter os pés sempre limpos, e usar sempre água morna, e nunca quente, para evitar queimaduras. A toalha deve ser macia. É melhor não esfregar a pele. Mantenha a pele hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas;
– usar meias sem costura; o tecido deve ser algodão ou lã; evitar sintéticos, como nylon;
– antes de cortar as unhas é preciso lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado ou uma tesoura de ponta arredondada. O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas, e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional treinado, como o podólogo, o qual deve ser avisado do diabetes. O ideal é não cortar os calos, nem usar lixas. É melhor conversar com o médico sobre a possível causa do aparecimento dos calos;
– não andar descalço. Manter os pés sempre protegidos, inclusive na praia e na piscina;
– os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Antes de adquiri-los, é importante olhar com atenção para ver se há deformação. As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. É melhor evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios. Os danos nos nervos podem causar também mudanças na forma dos pés e dos dedos. Pergunte ao seu médico sobre sapatos terapêuticos especiais, ao invés de insistir e forçar o uso de sapatos comuns.
Veja abaixo E-book da Sociedade Brasileira de Diabetes
“CUIDADOS COM OS PÉS EM PESSOAS COM DIABETES“
Fontes:
Sociedade Brasileira de Diabetes
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia