Última atualização em 17/01/2021, 13h16min por A Trombeta
Por Maria Cláudia Machado*
É inimaginável, em pleno século XXI, um país não ter todas as suas crianças matriculadas e recebendo educação de boa qualidade.
Gostaria de colocar o foco nas crianças procedentes de famílias menos privilegiadas e, na maioria das vezes, desestruturadas. Se nestes lares, a família não é um modelo a ser seguido, onde poderá se sentir acolhida, protegida e orientada? Não vejo outro espaço a não ser na escola, uma escola inclusiva, que realmente cumpra a sua missão, que esteja engajada com as novas metodologias de ensino, que mantenha a criança envolvida em atividades significativas que lhe proporcionem conhecimento de mundo e lhe preparem para a vida em sociedade; uma escola que trabalhe valores como o respeito ao próximo e ao meio ambiente, a honestidade, a solidariedade, que faça com que a criança menos privilegiada se sinta integrada ao grupo, que valorize as suas capacidades, levantando, deste modo, a sua autoestima. Preconceito: nem pensar.
Estudar ainda vale a pena, ao contrário do que muitos dizem, pois ajuda a sair da ignorância, a enxergar novos horizontes, a ser livre.
Infelizmente, vivemos num mundo em que se valoriza mais o ter do que o ser ou o saber. Este paradigma precisa ser quebrado, embora um não exclua o outro. É perfeitamente possível ser, saber e ter. O problema é ter através de meios ilícitos, roubando, assassinando, traficando drogas.
A educação é a base, a salvadora da pátria. Isto quer dizer menos violência, maior informação, maior poder aquisitivo e, consequentemente, um maior IDH para o país. E para as crianças oriundas de famílias desestruturadas significa a abertura de novos caminhos e o início de um círculo virtuoso.
*Maria Cláudia Machado é professora na Academia da Força Aérea.